Nossas Pesquisas

Nosso grupo conduz pesquisas que objetivam compreender as apropriações, os usos e as implicações da presença da tecnologia na educação, contribuindo, complementarmente, para a criação de práticas que integrem, de forma pedagogicamente fundamentada, o uso de artefatos tecnológicos nos processos de ensino e aprendizagem.

Nosso trabalho inclui, também, a formação de pesquisadores e docentes para a Educação Básica e Superior a partir de perspectivas críticas acerca da Educação e Tecnologia. Nesse sentido, buscamos encorajar formas de pensar alternativas ao maniqueísmo que caracteriza as visões predominantes na área, ressaltando que questões pedagógicas são a fundamentação necessária para a criação de usos de artefatos tecnológicos com propósitos educacionais.

Saiba mais sobre nossos projetos clicando nos links a seguir, ou clique aqui para ver informações sobre projetos finalizados recentemente.

Professores PPGE/UNESA
Jaciara de Sá Carvalho: projeto em andamento e publicações (Lattes)
Márcio Lemgruber: projeto em andamento e publicações (Lattes)
Stella Pedrosa: projetos em andamento e publicações (Lattes)

Colaborador externo
Alexandre Rosado (Prof. Adjunto no INES/DESU): visite o site de seu grupo de pesquisa, Educação, Mídias e Comunidade Surda e veja suas publicações no Lattes.

Princípios e práticas para formação cidadã com TICs

Jaciara de Sá Carvalho

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) determina que uma das finalidades da Educação seja a formação para a cidadania. A ideia de cidadania e, portanto, de “formação para a cidadania” pode ser compreendida a partir de diferentes visões. Parte-se da compreensão de que a formação para a cidadania exigiria princípios e práticas compatíveis com uma perspectiva crítica de educação, capazes de promoverem a participação ativa dos sujeitos na construção de outras realidades; nesse sentido, uma educação cidadã (GADOTTI, 2010). Considerando o atual estágio de desenvolvimento tecnológico, este projeto tem como objetivo investigar princípios e práticas envolvendo Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) com vistas à formação cidadã. Para isso, serão empregados diferentes meios para coletas de dados, como análise de documentos, de pesquisas sobre tecnologia e temas afins (ex: inclusão digital) na área da Educação e ações em campo. Como referencial teórico-metodológico, contaremos, principalmente, com obras de Paulo Freire, em especial com o conceito de “conscientização” (FREIRE, 1979) e sua relação com a cidadania e a formação cidadã. Outro autor crítico com quem pretendemos trabalhar é Neil Selwyn que vem questionando relações entre tecnologia e educação.

 

Itinerários de formação

Stella Pedrosa

A pesquisa tem como foco o trabalho realizado por docentes no processo de formação – inicial e continuada – para o uso de tecnologias da informação e comunicação e de mídias digitais. O estudo pretende reunir a contribuição de professores da educação superior e da escola básica, acompanhando, detectando e analisando de forma crítica o desempenho de professores no uso de materiais digitais. Usando a empiria extraída, será possível observar se esses espaços de ação representam caminhos alternativos e se configuram sistemas formativos relacionados à inserção no mundo digital. Comparar criticamente o perfil desses professores poderá indicar incongruências e congruências nessas ações e algumas estratégias que poderão ser sugeridas. A introdução do professor da escola básica visa uma contribuição para o desenvolvimento profissional desse professor.

Itinerários Pedagógicos na Concepção de Materiais Didáticos Digitais

Stella Pedrosa e Alexandre Rosado (colaborador externo)

As redes digitais permitem uma nova distribuição dos saberes disponibilizando-os por diferentes formas de acesso. Assim, reduz-se a necessidade da memorização e amplia-se o leque de informações acessíveis.  Esse cenário – que favorece a circulação de informações – requer novas formas de organização. Em geral, as instituições de ensino privilegiam a separação em disciplinas, o que torna os saberes fechados em si mesmos. Como ponto de partida, a pesquisa buscará compreender a concepção de materiais didáticos autorais de curta duração, sob uma perspectiva interdisciplinar, ou seja, identificando e integrando relações entre os elementos a  partir de saberes de diferentes áreas.

Tecnologia e Educação: discursos utópicos e distópicos e suas metáforas fundantes

Márcio Silveira Lemgruber

Frequentemente, é apontado um maniqueísmo nos discursos sobre a tecnologia na educação (RÜDIGER, 2013; FELINTO, 2005; ROSADO e alli, 2015). De um lado, há uma euforia com as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Com a Web 2.0, teria se instaurado a dialogicidade nas práticas educacionais. Agora, enfim, o professor deixaria de ser o recitador de informações, podendo assumir o papel de mediador da construção coletiva do conhecimento. Seu oposto extremado se manifesta com a rejeição, por princípio, da tecnologia, pois as TIC não contemplariam o encontro físico, instaurando práticas pedagógicas inerentemente inferiores às presenciais. Diante desse quadro, iniciamos o presente projeto de pesquisa no sentido de analisar criticamente tais visões reducionistas. Para tal, recorreremos a utopias e distopias consagradas em obras de arte (literatura e cinema), mitos e textos filosóficos, buscando resgatar a ambivalência perdida naquelas abordagens. A “Teoria da Argumentação” de Chaïm Perelman nos serve de referencial teórico-metodológico, sobretudo no que diz respeito ao papel das metáforas como balizadoras dos diversos discursos analisados, ou seja, como metáforas fundantes. Na “nova retórica”, as metáforas são estudadas não como figuras de linguagem para embelezar um discurso, mas como recursos argumentativos visando a persuasão. Cabe destacar a superação, cada vez mais hegemônica, de concepções epistemológicas lineares pelas que enfatizam a complexidade e, por isso, se expressam tão bem nas metáforas presentes em discursos sobre as TIC, tais como: rede (net), teia (web), labirinto, rizoma. Como suporte metodológico às pesquisas desenvolvidas nas teses e dissertações dos integrantes do grupo, recorreremos, também, ao MEA (Modelo de estratégia argumentativa), de Mônica de Castro e Janete Frant.

PROJETOS CONCLUÍDOS

Mídias sociais e relacionamentos pais e filhos

Alexandre Rosado (integrante, sob a coordenação de Maria Apparecida Mamede, PUC-Rio)

Projeto conduzido em parceria internacional entre o Diretório de Pesquisa Jovens em Rede (JER – PUC-Rio) e o Centro de Pesquisas em Mídia, Educação e Novas Tecnologias, CREMIT, da Università Cattolica Del Sacro Cuore di Milano– Itália, coordenado pelo Professor Doutor Píer Cesare Rivoltella. A pesquisa teve como campo de estudo as formas de educação que estão presentes hoje entre os pais, no momento em que as mídias sociais exercem um grande fascínio em pré-adolescentes e adolescentes, delimitando as possibilidades de seu exercício. Tomou como questão disparadora saber o que representam, no mundo de pais e filhos, o uso dos novos espaços de socialização via internet, tendo como eixo principal a convergência de mídias através das redes sociais. Os objetivos foram: investigar as representações dos pais sobre os novos espaços de socialização via internet, a partir de sua relação com os filhos, em especial o uso (ou o não-uso) de redes sociais; investigar, em contrapartida, as representações dos filhos sobre os espaços de socialização via internet a partir de sua relação com os pais, tendo como eixo principal a sua inserção e uso de redes sociais dentro ou fora da escola.

Argumentação e Mediação Docente na Educação a Distância: especificidades e desafios

Márcio Lemgruber

Na última década, a Educação a Distância (EaD) teve um crescimento vertiginoso, em nosso país. Se, por um lado, a velocidade de tal expansão veio atender a demanda de formação de professores para a Educação Básica, por outro lado, trouxe importantes desafios quanto à qualidade dos cursos ministrados. Dentre eles, destacam-se problemas referentes à mediação dcente, que têm recebido grande destaque na literatura educacional que, em diversos livros e artigos, aponta para sua precarização. As modalidades não presenciais de ensino (EaD, on-line ou semi-presencial) têm-se constituído, no mais das vezes, num terreno nebuloso quanto às funções e às identidades dos atores envolvidos na mediação pedagógica, especialmente as distinções entre professores e tutores. Estudamos a Teoria da Argumentação de Chaïm Perelman, buscando uma leitura original no sentido de contribuir como suporte teórico para o estudo da qualidade argumentativa de mediações docentes. Daí decorrem os principais pontos de investigação de nosso estudo: (a) Levantamento na literatura especializada das discussões acerca da mediação docente na EaD, sobretudo no que se refere ao papel de professores e tutores. (b) Estudo de experiências nacionais e internacionais pertinentes ao tema, partindo das pesquisas das teses dos doutorandos envolvidos, abrangendo outra experiências consideradas relevantes.

Recursos Educacionais Abertos na formação de pesquisadores: construindo um Ateliê de Pesquisa

Giselle Ferreira & Laélia Portela Moreira

O movimento dos Recursos Educacionais Abertos (REA) vem gradualmente ganhando destaque no cenário educacional brasileiro, onde projetos e colaborações nacionais, assim como conexões com projetos internacionais fomentam a discussão acerca da necessidade de se incluir REA nas políticas públicas. No entanto, a disseminação dos valores da cultura livre subjacentes ao movimento, bem como a integração das tecnologias necessárias à criação e ao compartilhamento de recursos, seguem a passos comparativamente lentos no país, com políticas, diretrizes e práticas ainda relativamente tentativas. Este projeto teve como objetivo geral investigar formas nas quais o engajamento com REA possa contribuir para o trabalho de formação de pesquisadores e docentes para a Educação Superior. O projeto adota a concepção de que as práticas de criação, uso e reuso de REA oportunizam, por um lado, a vivência e a experimentação com as TIC e, por outro, o desenvolvimento de saberes e habilidades necessários à pesquisa e à docência. A proposta refletiu um compromisso com a formação de novos pesquisadores como parte integral do fazer acadêmico, compreendido como uma forma de artesanato intelectual, conforme propôs o sociólogo Wright-Mills, implicando, portanto, a necessidade de atenção com “a qualidade do produto e a maestria do seu fabrico.” Propõe-se como base para o trabalho um blog coletivamente construído para oferecer, além de um repositório de materiais livremente compartilhados e reutilizáveis, um espaço para criação, reflexão e discussão. O projeto adotou uma metodologia de Pesquisa-Ação com ciclos de duração semestral, tendo como referencial teórico para o planejamento das intervenções o framework proposto por Grainne Conole para mapeamento e desenvolvimento integrado de práticas pedagógicas utilizando as TIC. Adicionalmente, as seguintes áreas de foreshadowed problems (Hammersley e Atkinson) foram inicialmente definidas: letramento digital; concepções de tecnologia e sua relação com os processos de ensino e aprendizagem; concepções de abertura e colaboração.

Qualidade no Ensino Superior a Distância: um mapeamento crítico de concepções na área de formação de professores

Laélia Moreira & Giselle Ferreira

Os conhecidos problemas e desafios da educação básica brasileira, cuja face mais visível se revela no fraco desempenho dos estudantes em exames padronizados nacionais e internacionais, trazem para o centro das discussões acadêmicas a questão da formação de professores e, consequentemente, da qualidade das políticas voltadas para esse segmento. Em particular, a formação de professores a distância, seja na forma de educação continuada, seja voltada para a formação inicial, acentua reivindicações de qualidade já existentes, sinalizando a necessidade de uma discussão conceitual que possa contribuir não apenas para a análise das políticas de formação, mas também para um mapeamento crítico mais abrangente das muitas conceituações de qualidade existentes. Assim, o objetivo geral deste projeto foi investigar as múltiplas formas nas quais “qualidade” é conceituada na Educação, com foco, especificamente, na área de Formação de Professores através da EaD. Esse objetivo se desdobrou nos seguintes objetivos específicos: (a) mapear as diferentes conceituações, esquemas e critérios de avaliação de qualidade no Ensino Superior, tanto as que tratam da Educação Superior em geral, quanto as que se referem especificamente ao ensino a distância; (b) analisar as principais políticas de formação de professores em vigor, no que se refere às concepções de qualidade explicita ou implicitamente contidas em seus textos; (c) analisar as formas nas quais qualidade é construída nos projetos pedagógicos e material promocional dos cursos de Pedagogia a Distância, tanto do setor público quanto do setor privado. A investigação tomou como referência uma abordagem fundamentada na Análise de Discurso Crítica proposta originalmente por Norman Fairclough, focalizando, como material empírico, uma seleção de textos dentro de 3 categorias: (a) legislação e os textos das políticas dela decorrentes sobre o assunto; (b) trabalhos acadêmicos, os quais, a partir de criteriosa seleção, sejam considerados os mais representativos da literatura acadêmica pertinente; (c) material institucional (incluindo projetos pedagógicos e material promocional livremente disponível na Web).

Tecnologia Educacional e novos espaços formativos: concepções, pré-concepções e práticas

Giselle Ferreira

A Tecnologia Educacional, área do conhecimento fortemente interdisciplinar, tem se caracterizado por múltiplas “inovações” que, ainda que associadas a novos artefatos tecnológicos, nem sempre correspondem a novos conceitos, concepções ou práticas pedagógicas. Em particular, a emergência de espaços interativos e de compartilhamento on-line tem sido acompanhada por uma proliferação de termos amplamente divulgados e discutidos, tanto nas mídias quanto na literatura acadêmica, de forma maniqueísta: por um lado, são tratados como panaceia para os males de uma educação antiquada, elitista e, assim, inconsistente com os avanços que tais produtos promovem no contexto de uma sociedade informatizada com fortes demandas de inclusão; por outro lado, são vistos como ameaças aos propósitos e à qualidade de uma educação mais humanista, focalizada na formação de indivíduos críticos. Em discursos fortemente marcados por um determinismo tecnológico, disputa-se o papel do professor, ressignificado diversamente como “designer”, “facilitador” ou “guia”, quando esse não é dispensado completamente em cenários de uma educação automatizada apropriada a estudantes “autônomos”. No entanto, sabe-se ainda relativamente pouco sobre as práticas de ensino e aprendizagem mediadas pelas TIC e, em particular, sobre aquelas que são conduzidas em espaços como repositórios de Recursos Educacionais Abertos (REA), Massive Open Online Courses (MOOC) e Ambientes Pessoais de Aprendizagem (APA), ambientes que combinam funcionalidades de compartilhamento e comunicação disponibilizados em plataformas de redes sociais. Este projeto tem como objetivo geral investigar concepções e práticas de ensino e aprendizagem em tais ambientes, adotando a Análise de Discurso Crítica, ADC (Fairclough; Wodak) como fundamentação teórico-metodológica. O projeto está analisando dados obtidos por meio de observação participante, além de fontes documentais, tomando como eixos focais as noções de “abertura” e “autonomia”, fundamentais aos discursos que promovem a democratização do conhecimento com base na expansão da base tecnológica, segundo a perspectiva de Neil Selwyn sobre a tecnologia educacional.

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13 comentários

  1. Gostaria de saber se vocês conhecem ou estão pesquisando sobre os AVAs com acessibilidade e aceitação pelo público alvo. Por exemplo, na Estácio as aulas online possuem – em algumas aulas – a janela com o interprete, por mais que seja traduzido ela está acessível ao seu público?! As existem competências referencias dos tradutores para fazerem as traduções?! Com relação aos estudos semióticos como as cores de fundo, a cor da roupa do tradutor (o contraste entre o fundo e a roupa do tradutor), o uso de legendas são levados em consideração?!

  2. Olá, Robson – obrigada por sua mensagem. Em nosso grupo, não há ninguém pesquisando acessibilidade de AVA ou as várias outras áreas às quais alude, nem estamos diretamente associados à EaD da Estácio, então não tenho como responder suas perguntas. Entretanto, há, sim, pesquisa sobre o assunto e, portanto, literatura que você pode consultar (poderia começar, por exemplo, no próprio Google acadêmico). Boa sorte!

  3. Obrigado pela atenção! Já tinha feito algumas pesquisas de textos relacionados, infelizmente encontrei somente alguns em português, mas de forma bem superficial… :/ (só deixando claro minhas indagações não foram num sentido de críticas ao EaD da Estácio e sim inquietações sobre o olhar que os Surdos tem, pois trabalho como interprete de Libras e vejo a não aceitação deles a assistirem as aulas e os pedidos frequentes para re-traduzir o que já está traduzido na janela com o tradutor).

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